Instituto Pensar - MPF vai investigar Conselho Federal de Medicina por suposto apoio a ?kit covid?

MPF vai investigar Conselho Federal de Medicina por suposto apoio a ?kit covid?

Foto: Market Watch (Reprodução)

Com Marcelo Hailer

O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar a postura do Conselho Federal de Medicina (CMF) sobre a utilização do chamado "Kit covid? em pacientes acometidos pela doença causada pelo coronavírus. Uma ação contra instituição está no radar dos procuradores.

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A partir de uma representação do cardiologista Bruno Caramelli, professor da Universidade de São Paulo (USP), o procedimento foi instaurado pelo MPF. Será investigado se Conselho apoiou "o uso indiscriminado do tratamento precoce com medicamentos sem nenhuma evidência científica sobre seus benefícios?.

O MPF, por meio da Procuradoria da República em São Paulo destacou que, "com base em informações preliminares, os autos em tela possuem diversos argumentos indicativos de uma atuação possivelmente irregular do CFM?.

Representado pela advogada Cecilia Mello, o médico denunciante aponta que, a inexistência de um posicionamento firme do CFM contra o uso de medicamentos "impulsiona um abrandamento das medidas efetivas de combate à pandemia?, como o distanciamento social e máscara, pois, a ausência de um posicionamento do Conselho induz a população a acreditar que há tratamento para além das vacinas.

Por fim, a representação contra o CFM também afirma que o Ministério da Saúde já alegou ter usado parecer pró-kit Covid do CFM para embasar nota informativa da pasta sobre tratamento precoce.

CPI da Pandemia vai indiciar presidente do CFM

O presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, atacou a CPI da Pandemia na quarta-feira (6), horas depois de ser incluído no rol de investigados da comissão pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

"Esta decisão não causa surpresa, diante da narrativa falaciosa adotada pela CPI ao longo de sua existência, transformando a Comissão num palco midiático para embates políticos e ideológicos?, disse Ribeiro em nota enviada ao site G1. Ele afirmou ter, "desde o início desses trabalhos?, se colocado "à disposição da CPI para, em depoimento, esclarecer todas as dúvidas dos parlamentares?.

O fato de os membros da comissão não terem marcado uma data para a oitiva indica, na avaliação do presidente do CFM, que eles "deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a covid-19, e não dar voz ao CFM como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida?.

"Diante disso, eu ? assim como o CFM ? mantenho firme minhas convicções em favor da autonomia do médico e do paciente, princípio milenar hipocrático que é pilar da prática da medicina, o qual deve ser defendido ? hoje e sempre ? sob qualquer circunstância?, completou Ribeiro.

Ao incluir o presidente do CFM na lista de investigados, Calheiros disse ter tomado a decisão "em função dos fatos verificados? na apuração da CPI.

"Pelo apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes ? e os defendeu publicamente ? e pela omissão diante de fatos evidentemente criminosos?, declarou o senador na sessão desta quarta.

Com informações de O Globo e da Carta Capital



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